Dave Mustaine, fundador do Megadeth e ex-guitarrista do Metallica, teria manifestado o desejo de regravar as sete faixas da lendária demo No Life 'Til Leather, segundo revelações feitas por David Ellefson em seu programa “The David Ellefson Show”. A proposta surgiu em 2018, durante uma turnê em Oslo, e causou desconforto imediato entre os membros do Megadeth. Ellefson, que já vivia tensões criativas com Mustaine, recusou a ideia, argumentando que o momento pedia composições inéditas e não uma revisitação do passado.
A demo No Life 'Til Leather, gravada em 1982, é considerada um marco do thrash metal e antecede o álbum Kill 'Em All. As sete faixas originais são: “Hit the Lights”, “The Mechanix” (que virou “The Four Horsemen” no álbum oficial), “Motorbreath”, “Jump in the Fire”, “Phantom Lord”, “Seek & Destroy” e “Metal Militia”. Mustaine participou ativamente da composição dessas músicas antes de ser demitido do Metallica em 1983. A ideia de regravá-las com o Megadeth reacendeu antigas disputas sobre créditos autorais e direitos de composição, especialmente com Lars Ulrich.
Ellefson afirmou que esse episódio foi o estopim para o rompimento definitivo entre ele e Mustaine. A recusa em “beijar o anel”, como ele descreveu, marcou o início de sua saída da banda. A proposta de Mustaine, embora compreensível do ponto de vista emocional e histórico, parece ter ignorado o contexto criativo do Megadeth naquele momento. Em vez de olhar para frente, ele quis revisitar um passado que ainda carrega feridas abertas.
A tentativa de regravar essas faixas levanta questionamentos sobre a motivação artística de Mustaine. Embora seja legítimo querer homenagear sua contribuição ao Metallica, a escolha de fazê-lo com o Megadeth — uma banda que nasceu justamente da ruptura — soa como uma tentativa de reescrever a história. Em vez de fortalecer o legado, pode acabar diluindo a identidade criativa do Megadeth e reabrindo disputas que já deveriam ter sido superadas
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